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Egito Antigo: Resumo da História da Civilização, Religião e Cultura

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Resumo da Época Pré Egito

Entenda como foi a história antes da formação da civilização que viveu onde hoje é o Egito.

Cerca de 10.000 a.C., a terra se recuperava de um longo período de hibernação. Chegava ao fim o último período glacial que se tem conhecimento. O planeta transita de um deserto gelado, e quase sem vida, para um novo clima, que formava de novos rios e lagos, e novas populações.

Como resultado, as importantes mudanças climáticas levaram certas regiões a desenvolverem vegetação abundante. De tal forma que, os animais se multiplicaram e a população humana aumentou. Entre essas regiões, destaca-se uma chamada de Crescente Fértil.

O Crescente era uma faixa de terra entre a Mesopotâmia e o Egito, que se estendia da atual Jordânia até o Golfo Pérsico, se desviando ao longo dos rios Tigre e Eufrates. Como resultado a terra se tornou muito fértil, existia abundância de animais e plantas. Pouco a pouco, populações nômades começaram a ocupar as cavernas, a domesticar os animais dessa região e formar as primeiras lavouras.

No entanto, essas populações, que eram nômades, desenvolveram um tipo especial de agricultura, que as permitiu se estabelecer naquele local. Com isso, os acampamentos definitivos começaram a ser levantados.

Nessa região, estava o famoso Rio Nilo, que tinha uma extensão muito maior ao fim do período glacial, mas diminuiu até atingir o tamanho atual de seu leito. Quando o rio transbordava, levava para o solo um rico material orgânico, que favorecia a agricultura. Por isso, várias populações perceberam essas alterações, e se agruparam à beira desse rio, dando origem a uma das civilizações mais importantes na história da Humanidade: a Civilização Egípcia.

Resumo da sociedade Egípcia

Pirâmides do Egito Antigo
Pirâmides do Egito Antigo

Muitos historiadores concordam que a origem da Civilização Egípcia se dá entre os anos 5.000 e 4.000 a.C. Primeiramente, os egípcios se organizaram com base na divisão de pequenos territórios chamados de nomos, comandados por um líder, o nomarca. Posteriormente, em 3.200 a.C.,o poder sobre os nomos foram centralizados nas mãos de um governante: Menés, o líder do Alto Egito, primeiro Faraó, que unificou os nomos e deu origem ao Império Egípcio.

A organização social do Egito era formada por hierarquia. Haviam camadas da população, umas subordinadas ou inferiores às outras. Por exemplo, no topo, estava o Faraó, que era considerado a encarnação do Deus Hórus, e por isso, detinha todo o poder político e sacerdotal. A origem do Faraó vinha de seu antepassado, o deus Hórus, e por isso, o estatuto de Faraó era hereditário.

Sob o comando do Faraó, estavam os sacerdotes, que prestavam homenagens aos deuses, e organizavam os cultos e festas religiosas. Do mesmo modo eram responsáveis por administrar os bens que eram oferecidos aos deuses, e por isso, acumulavam grande riqueza.

Em uma situação intermediária, estavam os nobres e os escribas. Esses últimos, geralmente eram funcionários do Faraó, e portanto, tinham a função de registrar a vida do Faraó, copiar os textos sagrados e escrever textos de relevância para a sociedade egípcia, como leis e registros de produção. Eram como os tabeliões de hoje.

Abaixo dos escribas, estavam os outros funcionários públicos, que eram responsáveis pela organização do estado, pela cobrança de impostos, etc., assim como os guerreiros e soldados. Logo depois estavam os artesãos, embora menos prestigiados, eles tinham uma boa parcela de responsabilidade no desenvolvimento comercial do Egito, e trabalhavam nas construções e oficinas .

Os escravos no Egito Antigo

Escravos no Egito antigo

Nas camadas menos privilegiadas, estavam os camponeses, que viviam presos às terras do estado egípcio, e ganhavam pouco pelo trabalho prestado. Por fim, em ultimo lugar na hierarquia egípcia, estavam os escravos. Eram prisioneiros de guerras ou faziam parte de povos dos territórios conquistados. Os escravos trabalhavam na agricultura e nas construções, e não recebiam nada.

Embora um escravo seja sempre um escravo, até entre esse grupo havia uma espécie de hierarquia. Entre os escravos mais valorizados, estavam aqueles que trabalhavam nas funções domésticas, como artesãos ou como artistas, que recebiam, inclusive, um melhor tratamento. Contudo, os escravos que trabalhavam nas minas, pedreiras e construções eram menos valorizados, e recebiam um tratamento pior.

A hierarquia na sociedade egípcia tinha mobilidade limitada. Pessoas das camadas mais baixas nunca chegariam ao nível da nobreza ou dos sacerdotes, além disso, não tinham oportunidades de estudar, portanto não poderiam se tornar escribas. Geralmente, o casamento entre pessoas de camadas sociais diferentes era muito rejeitado, por isso, a prática da endogamia era muito comum.

E as mulheres? Claro! As mulheres, mesmo em condição social inferior à dos homens, possuíam uma situação melhor em relação às mulheres de outros povos. Por exemplo, elas poderiam adquirir personalidade jurídica na administração de bens, podiam adquirir propriedades sem depender dos pais ou maridos, podiam fazer testamentos e eram muito valorizadas enquanto mães. A cultura matrimonial do Egito era monogâmica, e por isso, as mulheres que cometiam adultério eram punidas com muita severidade.

Na sociedade egípcia, somente o Faraó poderia ter várias mulheres, no entanto, apenas uma era considerada a esposa legítima. Uma grande curiosidade dessa civilização era a sucessão em caso de morte do marido. No caso de morte do marido, a esposa assumia a chefia familiar. Isso acontecia até mesmo no caso dos Faraós, se morressem, a esposa se tornaria a chefe de estado. Foi dessa forma que duas mulheres se tornaram Faraós: Hatshepsut e Claópatra.

Economia do Egito Antigo

A agricultura era a principal fonte de renda na economia egípcia. As margens extremamente férteis do rio Nilo permitiam uma produção abundante, em praticamente todo o ano. Os egípcios cultivavam principalmente cevada, trigo, papiro, legumes e árvores frutíferas.

A tecelagem também era uma atividade econômica muito desenvolvida, que utilizava técnicas diferenciadas para produzir as cestas, objetos presentes em praticamente todos os locais. Além disso, também havia a pecuária, com a criação de porcos, cabras, bois e cavalos, a produção de papel de papiro, e a caça e pesca, nas regiões mais afastadas.

O comércio era realizado por meio de trocas, sem utilização de moeda. Além disso, os egípcios exportavam cereais, vinho, óleos vegetais, móveis e papiro, e importavam pedras preciosas, perfumes, marfim e madeira.

Religião no Egito Antigo

A cultura egípcia era extremamente ligada às questões míticas, e completamente influenciada pela religião. De tal forma que os destaques eram para a arquitetura e pintura. Da mesma forma as construções religiosas eram decoradas com pinturas inconfundíveis, retratando passagens do cotidiano. Geralmente, as pinturas estavam acompanhadas de hieróglifos, para explicar o que a imagem estava representando.

Na arquitetura, novamente percebemos as influências da religião. Os egípcios acreditavam em vida após e mortem, e por isso, construíram templos, pirâmides e monumentos que pudessem durar eternamente. Os sarcófagos, onde eram depositados os falecidos, eram feitos de madeira ou pedra, na qual era entalhada a feição do cadáver, para que sua alma pudesse reconhecer seu corpo, quando chegasse a hora de retornar à vida.

Nas ciências, as principais descobertas e técnicas desenvolvidas eram direcionadas principalmente para a matemática e geometria. Eles também organizaram um calendário, baseado nas informações das cheias e vazantes do rio Nilo.

A religião era politeísta, portanto, acreditava-se em vários deuses. Esses deuses eram representados em formas de animais, chamado de zoomorfismo, ou em uma mistura de animais com humanos, como o deus Rá, do sol, que possui corpo de homem e cabeça de falcão, e a Bastet, deusa da fertilizada, representada com o corpo de uma mulher e a cabeça de uma gata.

Cultura Egípcia

Réplica do sarcófago de Tutankamon. A múmia mais famosa do Egito.
Réplica do Sarcófago de Tutankamon

A mumificação dos cadáveres também fazia parte da cultura egípcia, e era uma prática intimamente ligada às crenças religiosas. Pois os egípcios viam na mumificação, uma possibilidade de preservar o corpo de pessoas e animais mortos. Embora não tenha sido o único povo a utilizar esse método, as múmias egípcias são as mais conhecidas em toda a história.

Eram três tipos de mumificação, um mais caro, onde o cadáver, após ter seu cérebro e intestinos removidos, eram preenchidos com ervas e aromas, e preservado por 70 dias até a entrega aos familiares. Entretanto, no processo de preço intermediário, os intestinos não eram retirados, mas o ventre do cadáver era injetado com seiva de cedro. Todavia no tipo de mumificação mais barata, destinada aos mais pobres, o cadáver recebia um tipo de seiva mais comum, e era entregue à família.

Nos três processos, os cadáveres são cobertos com sal e um composto chamado natrão, que ajuda a desidratar e conservar o corpo. Posteriormente eles ficavam imersos nesse composto por 70 dias, e depois, eram lavados e envolvidos com faixas de algodão e cola.

Alguns embalsamentos eram tão sofisticados, que mesmo após milhares de anos, os corpos permaneciam inteiros e conservados. Por exemplo, uma das múmias egípcias mais famosas, do Faraó Tutankamon, foi retirada do sarcófago, e de seu crânio que estava em perfeitas condições, foi possível reconstruir a imagem de sua face.

O fim da história do Egito Antigo

A civilização egípcia permaneceu por milhares de anos, devido ao grande sucesso na agricultura às margens do rio Nilo, no entanto, no ano 47 a.C., a Faraó Cleópatra VII se uniu com o líder militar romano, posteriormente imperador de Roma, Júlio César, para que esse a ajudasse na luta contra seu irmão, e assim se tornar a única governante do Egito. Com a vitória, os dois se tornaram amantes.

Em 42 a.C., Júlio César, morre, e o cargo de imperador fica vago. Então, Roma é governada uma associação política entre Otávio, Lépido e Marco Antônio, com quem Cleópatra também se relacionou. Posteriormente a uma série de conflitos e boatos, o senado romano declara guerra contra Cleópatra e Marco Antônio, que são derrotados em 31 a.C.

Por conseguinte a derrota, Cleópatra se deixa picar por uma naja egípcia, e morre envenenada, Marco Antônio também se suicida. Por fim, Em 30 a.C., Roma conquista definitivamente o território do Egito, e o torna uma província romana, dando fim à Civilização Egípcia.

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